O padrão mental é trazido à existência por meio de nossas atitudes
É comum vermos numa competição mundial o pódio com
atletas estrangeiros e quase sempre um brasileiro em lágrimas, geralmente
inconsolável. Isso quando o nervosismo não o tira da competição, quando ele era
o favorito. Não é difícil lembrar-se de um esportista brasileiro nestas
condições. Agora mesmo você acabou de lembrar-se de um. E o choro seria apenas
a emoção eclodindo ou a surpresa de ter ganhado quando nem ele mesmo acreditava
que seria possível?
Para os apreciadores do MMA e fãs do UFC, quero
aqui resgatar a última luta do Anderson Silva contra Cris Weidman no UFC 162. O
programa UFC Inside exibido no canal Combate, trouxe uma entrevista muito
curiosa com o Cris Weidman. Seguem alguns trechos da entrevista:
Pode
soar como arrogante mão não é. Eu mentalizei diversas vezes a imagem onde estou
ganhando do Anderson. Eu me vi várias vezes levantando o cinturão. O Anderson
atua diretamente no campo psicológico, minando a confiança dos adversários.
Detalhe: essa entrevista foi concedida antes da
luta. Weidman é bacharel em psicologia e fez uma
preparação mental intensa treinando além da parte física a sua inteligência
emocional.
Segundo o psicólogo e escritor Daniel Goleman, a
inteligência emocional é a capacidade de identificar os nossos próprios
sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro
de nós e nos nossos relacionamentos.De uma forma mais direta, é a capacidade
de administrar emoções para alcançar objetivos.
O padrão mental é trazido à existência por meio de
nossas atitudes. Infelizmente nós brasileiros temos sido muito negligentes
quando o assunto é a inteligência emocional. Quantos profissionais você conhece
com elevado nível de competência, excelente formação acadêmica e que não são
bem sucedidos? Quando vamos para o meio desportivo isso é potencializado.
Nós fazemos tudo certo. Somos um povo guerreiro,
nos preparamos e treinamos pesado, mas quando chega na hora muitas vezes
acontece tudo diferente de como imaginávamos. Talvez você tenha se lembrado da
nossa seleção brasileira de futebol sendo diversas vezes desestabilizada
psicologicamente por seus rivais e perdendo uma partida em que eram os
favoritos. Os exemplos sobram. Somos conhecidos por sermos um povo irreverente
e que costuma quebrar “protocolos”, mas a verdade é que temos dificuldade de
cumprir os protocolos por causa do nervosismo. A quebra do protocolo funciona
como calmante psicológico. Mas é preciso aprender a controlar a variável
psicológica. Já está na hora de unirmos o preparo técnico com a inteligência
emocional.
Em outra entrevista, também um lutador de MMA, após
perder uma luta em que ele era o favorito, revelou ao entrevistador:
“Não quero aqui dar desculpas, mas quando estava no
chão tentando finalizar a luta, alguém da platéia gritou o nome de minha filha,
foi neste momento que eu perdi a luta. Ela está internada fazendo tratamento
contra um câncer.”
Quando o campeão dos pesos pesados do UFC Júnior
Cigano perdeu o cinturão para Cain Velasquez. Cigano estava no auge do processo
de divórcio e o seu mestre Yuri Carlton informou que isso foi decisivo para a
derrota do campeão. O nocaute de Cris Weidman sobre Anderson Silva aconteceu
antes da luta. Foi tudo planejado e visualizado na mente de Weidman. Foi nesse
terreno que ele derrotou o grande campeão Anderson Silva.
E você? Consegue imaginar-se alcançando aquele
sonho? Será que você está realmente preparado para alcançá-lo? O que é que te
desestabiliza? O que é que bloqueia suas habilidades? Quantas vezes você
já foi prejudicado por não estar preparado mentalmente para uma situação em que
poderia ter se preparado?
O coaching é um processo profissional
amplamente consolidado na Europa e nos EUA e eles já entenderam a algum tempo
que atitude é tudo. O trabalho do coaching passa pelo observador externo
que tem uma capacidade privilegiada de observar e orientar o seu coachee
com ferramentas eficazes para atingir os seus objetivos, potencializando as
suas habilidades e talentos, aumentando o seu desempenho consideravelmente. Num
processo de coaching há oportunidades de se trabalhar de forma intensa o
desenvolvimento da inteligência emocional orientada para objetivos específicos,
preparando-o para os riscos reais e ameaças que habitam no percurso para o
êxito.
Tem muita gente que continua apanhando dos medos,
dos traumas, da vida, da falta de preparo e treino da inteligência emocional.
Segundo Louis Paster, a sorte favorece a mente bem
preparada. Conhecer a si mesmo é premissa fundamental para aqueles que querem
vencer a grande batalha mental, onde a mente preparada nocauteia até os grandes
campeões.
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